Saúde

Superintendente da Saúde alerta que a ocupação de leitos hospitalares já está chegando ao limite na Grande Goiânia

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, admitiu que as autoridades do...

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, admitiu que as autoridades do setor temem que, na próxima semana, a ocupação de leitos de UTI por pacientes da Covid-19 nos hospitais da Grande Goiânia possa atingir seu limite. “Chega um momento em que não se consegue ampliar mais (a oferta de vagas). Se continuar aumentando o número de casos (da doença) e a necessidade de UTI, nós vamos ter filas de pessoas aguardando leito”, afirmou.

A declaração de Flúvia foi feita no encerramento da entrevista concedida nesta quarta-feira, dia 24, ao programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM. Ela disse aos apresentadores Ernesto Fleury e Luzeni Gomes que não existe, no momento, uma estabilização no número de casos da Covid-19 em Goiás e no Brasil. Pelo contrário, tem sido registrado um aumento acelerado nas últimas semanas, com mais leitos hospitalares ocupados e menos leitos disponíveis para atender os pacientes da doença.

Isolamento

Conforme a superintendente, hoje estamos com uma taxa de ocupação de 84% dos leitos (de UTI) estaduais. Existem informações de outros hospitais (da rede particular) com situação bem parecida. Por isso, ela criticou o fato de os gestores municipais estarem flexibilizando as regras de funcionamento das atividades econômicas neste momento. Desde março último, ressaltou, as autoridades de saúde reforçam ser importante manter uma taxa de isolamento de 50%, aproximadamente, para que não chegássemos até final de junho, ou no mês de julho, com uma oferta de leitos menor do que a demanda, e pessoas aguardando uma vaga de UTI.

Entretanto, atualmente já estamos com um aumento tão grande na demanda por leitos de UTI, por causa do aumento no número de casos da Covid-19, que nas próximas semanas, ou até nos próximos dias, chegará o momento de não ter leitos disponíveis para quem precisa. Isso porque aumentou o contato entre as pessoas. “A lógica é simples: quanto mais as pessoas tiverem contato umas com as outras, seja no comércio, em uma instituição ou na rua, mais vai aumentar o contágio. É simples assim”, argumentou.

Para Flúvia Amorim, a flexibilização das atividades neste momento é um erro, como tem sido apontado nas reuniões do Centro de Operações de Emergência (COE). De acordo com ela, em nenhum lugar do mundo houve uma abertura (das atividades) com a curva dos casos da Covid-19 em ascendência. Só a partir de quando o número de casos da doença estabilizou e começou a diminuir foi que se adotou a abertura, de forma gradual e planejada. Ela admitiu que a situação do Brasil é diferente daquela de países europeus e dos Estados Unidos. “Mas aqui a gente está deixando de lado uma grande prioridade, que é a vida”, destacou. Ponderou que estamos esquecendo que, se não houver acesso ao serviço de saúde na hora em que se precisa, e de UTI, o número de óbitos vai crescer.

A superintendente da SES reforçou ainda que todo local que tem aglomeração de pessoas é um grande risco, ao comentar a situação do transporte coletivo da capital. Segundo ela, não adianta as lojas terem regras, os shoppings adotarem controle sanitário e continuar havendo aglomeração de pessoas nos terminais e nos ônibus do transporte coletivo. Defendeu que é preciso ter “muito cuidado e muita cautela” com este tipo de situação.



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